Limpando a poeira um pouco, é a vez do blog. Dei uma lida no último post e vi que muita água rolou desde então. O motivo de tanta demora, imagine, não é desleixo: fiquei praticamente todos os fins de semana ocupado zanzando por algum lugar. Provavelmente foi o período mais ativo da minha estadia aqui. Pretendo trabalhar mais no inverno, guardar uma grana e, consequentemente, atualizar o blog com uma frequência aceitável. Eu realmente podia escrever muito mais sobre tudo, mas vou tentar não perder o foco. Se alguém terribly quer saber algo em particular, deixa um comentário e considere feito.
Primeiro, o que eu fiz: viajei, claro. Lá vai a lista:
– Terezín, uma cidade-forte que foi usada como prisão durante a Primeira Guerra e campo de concentração na Segunda. Um prisioneiro ilustre: Gavrilo Princip, assassino do arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono da Áustria-Hungria. Grande coisa né? Pois bem, esse ato precipitou a Primeira Guerra, então foi uma grande coisa sim! E a cidade foi projetada para ser um forte, e só depois de anos ganhou status de cidade. Manja aqueles alojamentos de judeus nos campos de concentração? Lá tinha um monte. Prisão medonha. Destaque para um vídeo que eu fiz num túnel por onde os prisioneiros eram conduzidos pra serem executados.
– Brno, segunda maior cidade da República Tcheca, capital da Morávia. Napoleão venceu os exércitos russo e austríaco a 10 km dali na Batalha de Austerlitz. Cidade pequena na verdade, fiz o sightseeing habitual. O ponto alto foi ter ido num jogo de hóquei! Véi, jogo doido esse, muito contato corporal, todo mundo bate, apanha e sofre. Teve torcida organizada de verdade durante todo o jogo (que fui descobrir depois que são 3 tempos de 20min com o disco rolando). Curti, o negócio foi bom.
– Paris… auto-explicativo. Só digo que a Torre Eiffel oferece uma vista muito massa da cidade, Champs-Elysees é uma avenida curtinha, o Palácio de Versailles não tem banheiro (mas tem um jardim gigante!) e a Mona Lisa no Louvre é um quadro bem pequeno. Sério, a cidade é incrível, tudo é grandioso e imponente, ostenta muito da riqueza e poder que o país teve no passado e, em menor grau, ainda tem hoje. Destino certo se você gosta de cultura e charme. A linha rosa na Igreja do Santo Sulpice, mencionada no Código da Vinci, não tem nada de pagã (e ainda me ajudou a achar a direção no mapa!). Detalhe: ninguém achou ruim por eu falar inglês, e praticamente todo mundo sabia falar também. Tem uma super rede de metrôs (parece que a maior do mundo), super fácil se deslocar. Estranhei que o metrô tem pneus mas tudo bem. Tinha muitos negros na cidade, fiquei surpreso. Algumas pessoas me paravam pra pedir informação, então eu me passaria por francês fácil fácil. Foi o último fim de semana com sol que tive.
– Dresden, capital da Saxônia na Alemanha, Como a URSS estava dando um banho no Hitler no fim da Segunda Guerra, parecia que os americanos e ingleses eram uns inúteis. Pra mostrar seu poder de fogo, escolheram Dresden pra bombardear, detonando a cidade. Acho que tem a paisagem com rio mais bonita que eu já vi (rio Elba). Fazia parte da Alemanha Oriental, mas meu, a cidade, apesar de pequena, é um brinco. De passagem, tem uma comunidade gigante de estudantes.
– Berlin… auto-explicativo de novo. Os destaques foram ver o Memorial do Holocausto, restos do Muro de Berlin (que na verdade era tipo um corredor), e um portal lá cujo nome fugiu agora. O que atrapalhou foi o tempo e o horário de verão ter acabado, daí a noite começava às 17h. Incrível como os preços são baixos, comprei o suco de laranja mais barato do mundo num mercado (1.19 euros por 1.5 litros). Referências à Segunda Guerra everywhere. Passei em frente ao Congresso Nacional e depois fui num lugar com umas fotos daquela área durante a guerra, impressionante como tudo ficou detonado. Praticamente tudo é moderno, já que quase nada ficou de pé depois de 1945. Sistema de transporte metrô+trem+ônibus+tram perfeito, com uma linha de trem em forma de anel circundando toda a cidade, muito handy. Não testei muito o inglês das pessoas, mas tive a impressão de não ter problemas.
– Ostrava, terceira maior cidade da República Tcheca. Na verdade, nem visitei a cidade, fiquei 4 horas no trem pra ir numa rua cheia de clubs e pubs e voltei num trem de madrugada (mais pra lá do que pra cá heheheh). Mas entra pro currículo também =)
Fora isso, outras coisas aconteceram. Fui numa conferência da AIESEC e pude pensar numas boas coisas pra se fazer no ano que vem, só preciso dar uma refinada nos planos. Começou a esfriar e fiquei doente morrendo, mas melhorei já. Cansei da comida porcaria e agora eu cozinho de noite pra ter pelo menos uma refeição decente no dia. Entro mais cedo no trabalho pra sair mais cedo e evitar a depressão de trabalhar às 17h com tudo escuro já (agora é noite às 16h40). Li um livro de psicologia (valeu Ju!) que, apesar de lembrar Brave New World, trouxe alguma esperança. Talvez não esperança, mas um sentimento de que o mundo, se hoje ruim, poderia ter sido um bom lugar. Outra coisa boa que aconteceu – talvez a melhor em muito tempo – foi que tive uma brilhante idéia que explica absolutamente tudo o que se conhece, traz explicações pras questões mais densas e alívio para a mente. O único detalhe (que uma vez entendida a idéia, torna-se irrelevante) é que ela não vai funcionar pra você…
Ah, não falei do trabalho: tá apertado! Agora acho que estou pegando o jeito e começando a fazer o Flex fazer o que eu quero exatamente, então as coisas tendem a engrenar. Trabalho não tem sido minha preocupação, nada tem sido minha preocupação na verdade – eu aplico a revelação mencionada acima e tudo fica lindo.
Próximos planos: Pete Sampras vem fazer um jogo de exibição e eu vou no meu primeiro jogo de tênis – que estréia! Vou estudar espanhol de verdade porque caiu a ficha de que isso é importante afinal e que eu posso curtir. E vou passar meu Natal em Londres!
É isso, até mais!
P.S.: shame on me, preciso colocar as fotos no álbum…