Entendendo as coisas

17 \17+02:00 novembro \17+02:00 2008

Limpando a poeira um pouco, é a vez do blog. Dei uma lida no último post e vi que muita água rolou desde então. O motivo de tanta demora, imagine, não é desleixo: fiquei praticamente todos os fins de semana ocupado zanzando por algum lugar. Provavelmente foi o período mais ativo da minha estadia aqui. Pretendo trabalhar mais no inverno, guardar uma grana e, consequentemente, atualizar o blog com uma frequência aceitável. Eu realmente podia escrever muito mais sobre tudo, mas vou tentar não perder o foco. Se alguém terribly quer saber algo em particular, deixa um comentário e considere feito.

Primeiro, o que eu fiz: viajei, claro. Lá vai a lista:

– Terezín, uma cidade-forte que foi usada como prisão durante a Primeira Guerra e campo de concentração na Segunda. Um prisioneiro ilustre: Gavrilo Princip, assassino do arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono da Áustria-Hungria. Grande coisa né? Pois bem, esse ato precipitou a Primeira Guerra, então foi uma grande coisa sim! E a cidade foi projetada para ser um forte, e só depois de anos ganhou status de cidade. Manja aqueles alojamentos de judeus nos campos de concentração? Lá tinha um monte. Prisão medonha. Destaque para um vídeo que eu fiz num túnel por onde os prisioneiros eram conduzidos pra serem executados.

– Brno, segunda maior cidade da República Tcheca, capital da Morávia. Napoleão venceu os exércitos russo e austríaco a 10 km dali na Batalha de Austerlitz. Cidade pequena na verdade, fiz o sightseeing habitual. O ponto alto foi ter ido num jogo de hóquei! Véi, jogo doido esse, muito contato corporal, todo mundo bate, apanha e sofre. Teve torcida organizada de verdade durante todo o jogo (que fui descobrir depois que são 3 tempos de 20min com o disco rolando). Curti, o negócio foi bom.

– Paris… auto-explicativo. Só digo que a Torre Eiffel oferece uma vista muito massa da cidade, Champs-Elysees é uma avenida curtinha, o Palácio de Versailles não tem banheiro (mas tem um jardim gigante!) e a Mona Lisa no Louvre é um quadro bem pequeno. Sério, a cidade é incrível, tudo é grandioso e imponente, ostenta muito da riqueza e poder que o país teve no passado e, em menor grau, ainda tem hoje. Destino certo se você gosta de cultura e charme. A linha rosa na Igreja do Santo Sulpice, mencionada no Código da Vinci, não tem nada de pagã (e ainda me ajudou a achar a direção no mapa!). Detalhe: ninguém achou ruim por eu falar inglês, e praticamente todo mundo sabia falar também. Tem uma super rede de metrôs (parece que a maior do mundo), super fácil se deslocar. Estranhei que o metrô tem pneus mas tudo bem. Tinha muitos negros na cidade, fiquei surpreso. Algumas pessoas me paravam pra pedir informação, então eu me passaria por francês fácil fácil. Foi o último fim de semana com sol que tive.

– Dresden, capital da Saxônia na Alemanha, Como a URSS estava dando um banho no Hitler no fim da Segunda Guerra, parecia que os americanos e ingleses eram uns inúteis. Pra mostrar seu poder de fogo, escolheram Dresden pra bombardear, detonando a cidade. Acho que tem a paisagem com rio mais bonita que eu já vi (rio Elba). Fazia parte da Alemanha Oriental, mas meu, a cidade, apesar de pequena, é um brinco. De passagem, tem uma comunidade gigante de estudantes.

– Berlin… auto-explicativo de novo. Os destaques foram ver o Memorial do Holocausto, restos do Muro de Berlin (que na verdade era tipo um corredor), e um portal lá cujo nome fugiu agora. O que atrapalhou foi o tempo e o horário de verão ter acabado, daí a noite começava às 17h. Incrível como os preços são baixos, comprei o suco de laranja mais barato do mundo num mercado (1.19 euros por 1.5 litros). Referências à Segunda Guerra everywhere. Passei em frente ao Congresso Nacional e depois fui num lugar com umas fotos daquela área durante a guerra, impressionante como tudo ficou detonado. Praticamente tudo é moderno, já que quase nada ficou de pé depois de 1945. Sistema de transporte metrô+trem+ônibus+tram perfeito, com uma linha de trem em forma de anel circundando toda a cidade, muito handy. Não testei muito o inglês das pessoas, mas tive a impressão de não ter problemas.

– Ostrava, terceira maior cidade da República Tcheca. Na verdade, nem visitei a cidade, fiquei 4 horas no trem pra ir numa rua cheia de clubs e pubs e voltei num trem de madrugada (mais pra lá do que pra cá heheheh). Mas entra pro currículo também =)

Fora isso, outras coisas aconteceram. Fui numa conferência da AIESEC e pude pensar numas boas coisas pra se fazer no ano que vem, só preciso dar uma refinada nos planos. Começou a esfriar e fiquei doente morrendo, mas melhorei já. Cansei da comida porcaria e agora eu cozinho de noite pra ter pelo menos uma refeição decente no dia. Entro mais cedo no trabalho pra sair mais cedo e evitar a depressão de trabalhar às 17h com tudo escuro já (agora é noite às 16h40). Li um livro de psicologia (valeu Ju!) que, apesar de lembrar Brave New World, trouxe alguma esperança. Talvez não esperança, mas um sentimento de que o mundo, se hoje ruim, poderia ter sido um bom lugar. Outra coisa boa que aconteceu – talvez a melhor em muito tempo – foi que tive uma brilhante idéia que explica absolutamente tudo o que se conhece, traz explicações pras questões mais densas e alívio para a mente. O único detalhe (que uma vez entendida a idéia, torna-se irrelevante) é que ela não vai funcionar pra você…

Ah, não falei do trabalho: tá apertado! Agora acho que estou pegando o jeito e começando a fazer o Flex fazer o que eu quero exatamente, então as coisas tendem a engrenar. Trabalho não tem sido minha preocupação, nada tem sido minha preocupação na verdade – eu aplico a revelação mencionada acima e tudo fica lindo.

Próximos planos: Pete Sampras vem fazer um jogo de exibição e eu vou no meu primeiro jogo de tênis – que estréia! Vou estudar espanhol de verdade porque caiu a ficha de que isso é importante afinal e que eu posso curtir. E vou passar meu Natal em Londres!

É isso, até mais!

P.S.: shame on me, preciso colocar as fotos no álbum…

Um mês depois…

21 \21+02:00 setembro \21+02:00 2008

Olha quem tá aí de novo…

Nesse mês muita coisa rolou, vou fazer um resumão bem rápido:

– acabou o projeto da Áustria! O bom Deus agora me colocou num projeto pra um banco tcheco. WebServices + Flex é o que rola. Começo de projeto com pouca coisa definida, tenho ficado meio à deriva. Estou alocado no cliente, fui a primeira semana que nem gente mas agora já uso as mesmas roupas de sempre. Ambiente novo, boas perspectivas por enquanto. Almoço ruim, vou começar a comer mais em casa.

– visitas: hospedei por uns dias uma alemã via CouchSurfing, muito gente fina a garota. Diversão num sábado ensolarado com direito a cruzeiro no rio Vlatav. Depois o Anderson – amigo do colegial e mais tarde de São Carlos -, que estava zanzando em Dresden, deu uma passada em Praga.

– viagem: fui pra Amsterdam e Bruxelas! Pegamos (Aline e eu) o avião numa sexta pra Amsterdam, chegamos na casa do nosso host quase meia noite depois de alguns apertos. Andamos de bike (cidade feita pra bike) num sábado meio chuvoso através dos canais tortuosos por uma porção de lugares (destaque para a casa da Anne Frank). Andei até cansar no red light district, um lugar insano numa cidade sem lei. Domingo completamos o tour indo num moinho e pegamos um trem pra Bruxelas, chegando a tempo de filar uma macarronada de outros guests da nossa host. Segunda andamos todo o centro dessa cidade de gente estressada (buzina come solta) e na terça fomos no Parlamento Europeu e no museu de Comics (exposições do Tin tin e Smurfs) pra encerrar, com direito a batata frita e chocolate. Trem de volta pra Amsterdam pra pegar o voo de volta pra Praga. Fatos: nas duas cidades, um monte de gente fumava maconha que nem uma chaminé. Qualquer peão na rua fala inglês que era uma maravilha. Schengen funciona: ninguém checou meu passaporte nem nada.

– haircut: um dia antes de viajar fui procurar alguém que falava inglês pra cortar meu cabelo. Acabei num salão em que ninguém falava inglês (claro!) e a tradução foi feita por uma cliente passando por ali. Até que ficou bom, e facilitou pra cuidar. Só pra esclarecer, continua comprido, meio que aparei as pontas (mais, na verdade).

– frio: assim que saímos do avião deu pra ver que o tempo tinha virado. Começa o outono arrepiando, fui comprar roupas pra dar uma segurada.

– academia: devido ao frio (da porra), não dá mais pra correr no campo aqui perto, o jeito foi entrar na academia. Amanhã começa essa nova rotina. Vou passar a comer melhor (ou morrer, porque do jeito que tá eu não aguento ir malhar heheh)

– fotos: fotos upadas no álbum, ainda sem os devidos comentários. Quando eu criar coragem, eles estarão lá.

– viagem de novo! Próxima parada: Paris. Recomeça a saga de arranjar couch. Melhor dar uma estudadinha em francês…

É isso, até mais!

Plzen e o fim próximo…

24 \24+02:00 agosto \24+02:00 2008

Quem diria, previsão do tempo funcionou e fui pra Plzen no último domingo. Cidade legalzinha, em torno de 200 mil habitantes, cidade de estudantes à la São Carlos, seu orgulho é a cerveja Pilsner Urquell (cerveja pilsen chama assim por causa dessa cidade). Bonitinha, limpa, transporte organizado, pouca gente nas ruas num domingo em época de férias. Poucos pontos turísticos, verdade, mas ótima para amantes da natureza. A Aline que mora lá bancou a guia. Além da Catedral de São Bartolomeu e a Sinagoga (putz, só no final me liguei que mesmo os visitantes tinham que usar quipá :S), tem uns lagos ao norte que são show de bola, é chegar e ficar ali nadando. Ou então sair andando nos bosques ao redor. Só faltou ver o Museu da Cerveja, que depois descobrimos que precisava chegar na hora certa do tour em inglês. Valeu a pena com certeza, ainda volto lá.

Na quinta teve uma apresentação de balé numa fonte famosa – Krizikova Fountain – e fui lá conferir. Muito legal, uma fonte com uns efeitos luminosos, fogos de artifício, tudo sincronizado com a música. Interpretação muito interessante do Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky. Fiz uns vídeos, falta só conferir se ficaram bons pra postar.

Uma coisa muito tosca que eu tinha esquecido de mencionar a respeito das viagens pra Bratislava e Budapest: nos dois ônibus que pegamos (Praga – Bratislava e Budapest – Praga) a gente ficou parado uns 10 minutos no posto de gasolina. O ônibus parou do lado da bomba e o motorista desce pra encher o tanque! Cara, que absurdo! Não era parada da viagem, de todo mundo descer, esticar as pernas, comer alguma coisa e embarcar de novo. Ficamos preso dentro do ônibus vendo o motorista enchendo o tanque! Nem adianta falar que só uma companhia faz isso pois os ônibus eram de companhias diferentes. E parece prática comum, vimos outros ônibus fazendo o mesmo. Absurdo!

Comecei a fazer uma coisa útil: tem um campo aqui perto de casa e comecei a correr! O começo foi doloroso, mas agora já consigo correr 12 minutos (o dobro de quando comecei heheheh)

Se Deus ajudar essa é a última semana no projeto maldito. Cara, aprendi a detestar a Áustria com esse projeto.

Criei vergonha na cara e upei todas as fotos que faltavam. Comentei o que achei que valia a pena.

É isso, até mais!

Bratislava e Budapeste

16 \16+02:00 agosto \16+02:00 2008

Não, não morri não viu. Só tive um período bem ocupado e sonolento. Sonolento ainda estou, mas vamos lá.

Viajei! Fiz minha primeira viagem internacional a lazer na Europa! Devo dizer que gostei demais, e só fico mais incentivado a viajar de novo e de novo por aqui. Dessa vez a viagem foi relativamente perto, mas ainda muito interessante.

Primeiro, vou explicar: tirei uns dias de folga no trabalho pra poder aproveitar melhor. Usei o CouchSurfing (www.couchsurfing.com) e contatos da AIESEC pra poder achar lugares para pernoitar. Fomos para Bratislava – capital da Eslováquia – e Budapeste – capital da Hungria. Sim, ‘fomos’, eu e a Aline, trainee em Plzen. Simplesmente ótima companhia, pessoa interessantíssima, nos demos super bem e viajar com ela tornou tudo mais agradável. Sou um cara de sorte.

Bratislava é uma cidade pequena, em torno de 500 mil habitantes. O centro histórico é bem reduzido, então andamos vimos tudo num dia. Tinha ouvido falar que Bratislava não tinha nada pra ver, e isso é só meia verdade; a cidade é interessantezinha sim, só não é tão rica culturamente quanto outras cidades por aqui. Engraçado foi que encontramos 10 casais se casando (sim, nós contamos), tinha casamento em todas as igrejas do centro histórico. Tinha nego casando com vários convidados mas também tinha casal sozinho com os padrinhos na igreja, parecia até casamento escondido hehehe. No outro dia fomos pra Devin, que foi um forte para o império da Áustria-Hungria e depois, para os comunistas. Fica na junção do rio Danúbio com o rio Morava, muito massa o encontro dos dois. Em Bratislava ficamos na casa da Tina, uma moça super hiper gente boa que eu achei no CS. Ela ajudou a gente com tudo, não podia ter sido melhor anfitriã. O Szabi, húngaro também do CS, estava surfando no sofá dela, então ficamos os três lá. Gente fina o cara também, demos muita sorte. Provei da cerveja eslovaca, bem leve e saborosa, mas mais cara que a cerveja tcheca. Após a visita ao castelo da cidade e a um monumento para os soldados mortos na II Guerra Mundial (tivemos que subir lá na pqp mas tudo bem), fomos pra estação de trem rumo a Budapeste. No começo da viagem não tinha lugar livre, mas eu dormi em cima de uma mala alheia e ficou tudo certo hehehe. Infelizmente não tirei foto da menina que estava na nossa cabine, tinha uma cara de doida que meu!

Budapeste foi outro esquema. Cidade grande, trânsito, barulho, um monte de gente. Sacamos uma nota de 10 mil florins, impressionante (mas vale só 100 reais). Fomos pra casa do Eduardo, da AIESEC Ribeirão Preto fazendo intercâmbio na Nokia, ele foi nosso host. Rep bagunçada como toda rep, a única coisa estranha foi ter que passar pelo banheiro pra ir pro quarto do cara. Segunda acordamos cedo e batemos o recorde mundial de andança, saindo às 8h e voltando às 23h (estranhamente eu tinha previsto isso logo que saímos). Muito legal a cidade, arquitetura peculiar do período que o país era muito rico, no século XIX, antes de tomar uma chacoalhada na I Guerra Mundial. Em Budapeste foi inaugurada a primeira linha de metrô da parte continental da Europa, em 1896 (hoje a linha amarela é um metrô de dois vagões bem barulhentos). Fomos no castelo, catedral, spa e em quase todos os pontos do mapa. De noite tiramos umas fotos do Parlamento (réplica do parlamento inglês) e da Praça dos Heróis, monumento para os heróis húngaros. By the way, húngaro é uma língua muito estranha, com conexões com finlandês (sim!, apesar de estar tão longe). No outro dia visitamos o que faltava – incluindo um forte no topo de um monte – e saímos correndo para achar o ônibus pra voltar (pô, o ônibus não saia da rodoviária, daí foi pressão achar).

Curti muito, não sabia que viajar podia ser tão massa. Recomendo!

Resto da semana foi fazer umas tarefinhas bobas no trabalho – super cansado, nem tinha como ser produtivo. Fim de semana que passou, viagenzinha no interior do país, Kutná Hora, cidade que foi importante por ser uma mina de prata. Nada super, mas ainda assim interessante. O clima não ajudou muito, e agora a tendência é ir esfriando já. Também assisti o filme do Batman com legenda tcheca num cinema muito bom.

Nessa semana o Guillaume do Canadá, couchsurfer, ficou aqui em casa. Gente fina, valeu a pena. Amanhã vou confiar na improvável previsão do tempo (choveu ontem e hoje, mas tá escrito que vai ter sol amanhã) e ir pra Plzen bancar o turista.

Fotos soon! (cara, que vergonha não postar as fotos no álbum…)

É isso, até mais!

Orquestra, Colômbia, Castelo e Romênia

27 \27+02:00 julho \27+02:00 2008

No fim das contas eu fui no Obecní Dum (Municipal House) pra assistir a orquestra tcheca. Destaque para a casa, típico lugar para a burguesia do século XIX. (Quase) Todo mundo usando terno e chapéu (! pra mim chapéu hoje em dia é quando você passa a bola por cima do adversário, e só), eu era dos poucos com roupa comum. Música era muito boa – trilha sonora de filmes de Hollywood, algo bem apropriado aos meus ouvidos não sofisticados – duas horas muitíssimo agradáveis passei lá. Two thumbs up!

Aqui todo mundo lê quando está no metrô. De manhã fica um carinha de bigode distribuindo jornal na frente da estação (coitado, nunca pego o jornal, mas ele sempre tenta entregar pra mim). Criei vergonha e fui na biblioteca pegar algum livro. Uma vez, quando estava no colegial, eu comecei a ler ‘O Jogador’, de Dostoyevsky, mas não pude terminar. Não passou dessa vez. Inclusive, várias partes do livro são engraçadas. Tenho que voltar lá e ver o que eu consigo achar nas estantes.

Através do CouchSurfing conheci o Álvaro – colombiano que estava estudando em Valência, Espanha -, ele ficou em casa por dois dias. Levei-o junto com a Aline – trainee em Plzen – pra um tour em Praga. Fiquei impressionado que eu até conheço mais ou menos as coisas aqui já. Levando em conta que sou meio desorientado, já é algo relevante. Boa experiência e boa conversa com o rapaz =)

O que atrapalhou foi a viagem na segunda-feira pra Áustria (de novo!), o que causou uma sonolência considerável durante o resto da semana. O monte de chocolate que fica do lado da minha mesa dá um ânimo extra pra continuar (chocolates em excesso para os filhos do meu chefe vão para este monte). Eu e meu projeto interminável continuamos…

Esse fim de semana fui no castelo finalmente! Fui em todos os lugares que tinha que pagar, mas faltou andar em algumas partes. Tudo muito grande e muito legal, definitivamente O programa pro turista que não está com pressa. Na Catedral de St Vitus há diversas tumbas de santos, e na Basílica de São Jorgee vários reis e rainhas foram coroados. Duro é que algumas coisas são muito ricas em detalhes, e é inevitável perder várias coisas. Creio que ainda vou lá de novo…

Nesta semana chega um romeno aqui em casa. Engraçado é que, na apresentação que ele mandou sobre si mesmo, ele coloca as notas que ele teve na universidade (9 e tanto). Aposto que muita gente deve ter achado o cara O nerd… ou talvez não, talvez eles tenham se perguntado ‘como assim 9?’, porque aqui as notas vão de 1 a 4, sendo 1 a maior! Em setembro chega um indiano, e vamos permanecer nessa formação até o fim do ano. Tomara que sejam gente boa… senão cabeças vão rolar!

É isso, demorei mas escrevi de novo. Até!

Karlovy Vary and more

15 \15+02:00 julho \15+02:00 2008

Fim de semana que passou fui pra Karlovy Vary. Cidade turística desde o fim do século XIX, quando os ricaços europeus inventaram que era legal ir pra um spa e ficar perto de fontes termais. Zebra foi que tava meio que chovendo e eu, como sempre, detonado da semana de trabalho árduo, estava um caco. Bom foi que a cidade é basicamente a rua central, onde fica a mais famosa das tais colonades (deve ser assim que escreve). Lugar de rico, muita gente falava inglês, e todos os anúncios tinham versões em alemão (perto da fronteira) e russo (sei lá por que). Entrei numa igreja ortodoxa russa, e deu pra sacar na hora que era bem diferente das igrejas católicas romanas que eu conheço (sem imagens de santos, com pinturas diferentes e arquitetura característica). Também foi interessante que assisti um filme num festival internacional e vou contar pros netinhos que não encontrei o DeNiro por uma semaninha só. Filme em si estronho (veja a sinopse aqui, pense que é legal e seja enganado), saí deprimido até do teatro (teatro massa, daqueles antigões com um lustre gigante). Detalhe é que só conseguimos ingresso pra esse filme, por mim eu assistia Tropa de Elite e ficava dando risada. Por causa do tempo ruim tirei só um punhado de fotos xôxas que nem animei de postar ainda.

Descobri uma coisa que eu odeio: gente com pressa. Não a pressa em si, mas os negos querendo apressar todo mundo por nada. Aqui todo mundo corre pra pegar metrô, tram, ônibus, como se estivessem sempre atrasados. Nossa, eu fico maluco, principalmente no fim de semana. Nessas horas é bom falar uma língua que ninguém entende por aqui pra dar uns gritos.

Também fui em dois museus. O museu do comunismo, aqui em Praga mesmo, é uma salinha num prédio em cima do McDonalds com um monte de coisas velhas, cartazes contra americanos e estátuas do Lênin. Explicava diversos aspectos da vida dos comunistas, da propaganda ideológica, de como o país se tornou comunista, isso sim foi interessante pra caramba. Tinha uma foto do Hitler no castelo de Praga quando os alemães invadiram o país, e outra em que os tchecos mostram as jóias da Coroa para os alemães (hoje as exibições são raras, mais ou menos a cada 10 anos; na coleção, a coroa que o imperador do sacro império romano Charles IV usou em 1347). Também descobri que a região que hoje é a Rep Tcheca era a mais rica do Império da Áustria-Hungria, e se não fosse o comunismo o país provavelmente seria uma potência européia. Enfim, saí do museu feliz da vida e segui para o…

…o museu da tortura que foi um lixo! Primeiro que as salas eram muito mal explicadas, informações genéricas. O que ficou claro foi que os austríacos e espanhóis eram os mais retardados nesse assunto. Outra coisa ruim é o tema do museu em si, nauseante ver aquelas coisas. Bom que eu queria ir, fui e agora não vou mais ficar com vontade. Se não fosse ia ficar insatisfeito, então matei esse assunto e pronto.

Semana já começou complicada. Mais um capítulo da saga contra o cliente austríaco, dessa vez com direito a gritarias pelo telefone. Boa coisa foi que meu chefe me deu todo o apoio (isso foi excepcionalmente bom!) e disse que não era pra me preocupar tanto, porque provavelmente vamos começar outro projeto nas próximas semanas. Outra boa coisa é eu aprender: várias coisas técnicas que eu sou obrigado a descobrir em tempo recorde; que essas merdas acontecem e tem que lidar com a situação (leia-se cliente mala). Fui jogar bola de noite e vi que estou no top 10 dos caras de 22 anos mais fora de forma na Europa toda! Surpresa foi que se eu aguentasse correr mais eu ia jogar bem até, os negos são muito ruins.

Pra ter uma idéia do que eu estava fazendo: sabe javascript? Pois é, eu odeio programar em javascript… como eu já disse outra vez, ‘every line is a little hack in javascript’. Pois bem, tive que fazer um desenvolvimento grande nessa linguagem, o que por si só já me deixou transtornado. Estava usando uma library em javascript que o cliente achou na net e nem testou antes de incorporar ao projeto. Library bugada… e eu me encontro na situação de ter que consertar a library bugada na linguagem que eu mais adoro! Lovely monday, isn’t it? (essa vai pro Norbert, estou baseando todos os meus hacks nos que ele fez antes de chutar tudo e se demitir [era funcionário do cliente]).

Comprei ingresso pro concerto da orquestra nacional tcheca, é amanhã! Bom motivo pra não fazer hora extra =D

É isso, até mais!

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toDo: arranjar template e começar a pôr mais fotos nos posts

Resto da semana

6 \06+02:00 julho \06+02:00 2008

Restinho de semana bem normal. Acordei 5h da madrugada na quinta pra ir pra Áustria lutar com o cliente (dormi na viagem). Foi trash, como sempre. Cheguei em casa meia noite e encontrei o Alessandro aqui, campineiro que agora deve estar em Portugal ou Espanha aproveitando os últimos momentos antes de voltar pro Brasil. Na sexta acordei quebrado e recebi a visita do técnico da net, que não falava uma palavra em inglês mas conseguiu instalar tudo sem problemas (thansk God!). Fiz meio período no trabalho e meu plano era voltar pra casa pra dormir. Mas acabei indo num parque perto da Leténske Namesti pra patinar (o mesmo parque que fui da primeira vez). Melhorei pra caramba e quase não caio mais, só quando tento fazer algo diferente. Depois demos uma zanzada na cidade e acabamos num pub.

Daí sim, no sábado acordei super tarde. Configurei a rede, fiz o torrent funcionar (Cowboy Bebop quase acabando!) e fui procurar passagem pra Dresden e Berlin… achei coisa boa até, viagem vai rolar no fim de agosto. Depois fiquei morgando e praticamente a mesma coisa no domingo, dia de fazer compras, limpar a casa e outras coisas malas. Não fui no castelo, fica pra outra hora. Dei uma zanzada na cidade e tomei chuva. Tive que reconfigurar umas coisas do wireless que se perderam sabe-se lá Deus como, vai entender o Ubuntu…

Previsão pra semana: ir pra Karlovy Vary no sábado (último dia do 43o Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary). Achar alguma coisa interessante pra fazer em Berlin e Dresden. Comprar ingresso pra um festival de música da orquestra tcheca no Obecni Dum (Municipal House).

É isso, até!

Cesky Krumlov e a Eurocopa

1 \01+02:00 julho \01+02:00 2008

Semana passada foi atípica eu diria. Finalmente consegui contratar internet pro flat, não vou usar mais a rede do vizinho. Comprei um router (barato, router wireless por R$ 100) e estou esperando a visita do técnico pra ativar minha conexão pra configurar tudo, mas isso é fácil de fazer (porém chato). Foi difícil conversar com o cara pra assinar o contrato, ele não falava praticamente nada de inglês, mas meu chefe me ajudou e no fim deu certo. Como eu estava contratando a internet, não paguei pro vizinho o próximo mês, ou seja, eu estou sem conexão, por isso de noite (aqui) eu fiquei off. Não preciso dizer que é torturante ficar sem net em casa, mas eu assisti uns filmes que estavam na fila e tudo ficou dentro do limite da sanidade. A visita do técnico tinha sido agendada na semana passada, mas não deu pra chegar em casa a tempo e tive que agendar de novo pra essa quinta. Daí nosso querido cliente austríaco solicitou uma viagem adivinha que dia? Isso, na quinta, daí tive que reagendar pra sexta (deu uma sorte do caramba, isso sim). Fingers crossed pra não dar nenhuma merda e eu conseguir dessa vez.

Trabalho puxado como sempre, esse cliente dá muita dor de cabeça com aquela arquitetura toda torta… quem sofre sou eu fazendo gambiarra… tenho quase certeza que o código que eu fiz vai ser o gargalo do sistema :S Mas no escritório aqui é mais fácil, não estou na panela de pressão. Comecei a programar umas coisas em casa pra tentar fazer um projeto organizado do começo ao fim (sim, eu acredito que é possível), quando eu tiver alguma novidade eu posto aqui. De novo, falta de internet em casa atrasa o desenvolvimento. No fim de semana sempre tem algo, isso acaba ficando em segundo plano às vezes.

Na segunda (passada) estava me sentindo engraçado. Da última vez que eu me senti daquele jeito foi no fim do colegial, quando a vida era bem mais fácil. Aqui tem feito sol, e naquela época estava fazendo um bem parecido, talvez seja isso que tenha ativado alguma lembrança. Bom, agora passou a sensação.

Fomos pra Cesky Krumlov no sábado. Cidade bem pequena, patrimônio da Unesco. Castelo, jardim, praça, rio. Muita gente vai lá pra fazer rafting, mas não deu tempo numa viagem curta. Fotos assim que eu arranjar a bendita net. Incrível como tem turista chinês na Europa. em Cesky Krumlov tinha uma pancada. Domingo com final da Europa, Alemanha x Espanha, assisti na Staromestska Namesti num telão. Jogo xoxo, só gostei do resultado, um monte de alemão triste =)

Lembra que eu tinha ficado de ir pra Ceske Budejovice mas como voltei pra Praga antecipadamente isso ficou pra depois? Naquela época eu ia ficar na casa do Alessandro. Agora ele que está vindo pra cá na quinta e fica aqui em casa (de novo o cliente atrapalhando meus planos, vou ter que fazer um esquema pros horários baterem). Eu gaguejo pra falar no telefone em português, tá difícil a coisa aqui heheheh.

Ainda sem planos pro fim de semana, estou pensando em finalmente visitar o castelo de Praga. Sem viajar eu consigo tempo em casa pra resolver umas coisas que estão na lista faz tempo e planejar umas viagens. O tempo tá passando e o verão também!

É isso, até mais!

No more Seewalchen!

23 \23+02:00 junho \23+02:00 2008

Ahá! É isso mesmo, não ‘morarei’ mais em Seewalchen. Meu chefe foi pra lá na sexta pra tratar de outro projeto e combinamos que vamos configurar uma máquina em Praga para eu continuar o projeto. Após 4 horas de viagem pelo interior da Áustria, Alemanha e República Tcheca dentro de um Audi A6 (às vezes a 220 Km/h!), cheguei são e salvo! BBC e CNN já não estavam mais tão interessantes no hotel, e eu já estava ficando de saco cheio daquela rotina. Boa decisão.

Semana estressante! Com certeza nunca fiz tanto código em tão pouco tempo sob tanta pressão. Pelo menos agora (acho que) estou craque no JSF e aprendi a usar a API do Google Maps para fazer mapas customizados (bem fácil, apesar de usar o detestável javascript). Vou trabalhar nesse projeto até o início de julho, daí vemos se eles estendem ou não o contrato. Pra mim o projeto já deu o que tinha que dar, estou só cumprindo meu dever a partir de agora. Ah, também fiquei sabendo quanto é cobrado por minha hora de trabalho, é bom pra ter uma idéia concreta de como os negócios são levados aqui.

Cheguei em casa e estava tendo festa de despedida do Vaibhav, que voltou pra Índia. No sábado a gente foi no zoológico de Praga, considerado um dos melhores do mundo. Tem algumas fotos nos álbuns, mas eu não quis ficar tirando foto de cada bicho que aparecia pela frente. O zoológico é grande, tem até um teleférico, precisa de uns 3 dias pra poder ver tudo com calma. Em frente do zoológico tem um palácio com um jardim, andamos lá também. A noite fomos no finalzinho de um festival de música nas ilhas do rio Vlatav, e fomos comer alguma coisa (no restaurante eu vi a Holanda tomar dois gols ridículos da Rússia e ser desclassificada da Eurocopa. Shame…). No domingo fiquei morgando que estava cansado pra caramba… típico… também limpei o flat (festa sempre zoa tudo) e outras coisas menores.

No sábado passado, 14/06, teve o Museum Night. Os museus ficaram abertos durante a noite (até 1h) de graça! Aproveitei pra ir no Musem Nacional, que fica no topo da Václavké Námesti. Tem umas fotos do interior do museu no álbum. Também fomos no Senado e na Petrin, uma mini-réplica da torre Eiffel.

Minha volta antecipada atrapalhou um pouco os planos em termos de viagens. Minha viagem à Salzburg foi adiada por tempo indeterminado, idem para Ceske Budejovice. Mas uma ida a Ceske Krumlov está mais ou menos no gatilho. Vamos ver o que conseguimos combinar. Falei com meu chefe e ele disse que tenho direito a 20 dias de folga por ano, e que posso ir tirando esses dias do jeito que quiser. Isso torna as viagens muito mais flexíveis, vou tentar aproveitar o verão europeu.

É isso, até mais!

… and we’re back!

9 \09+02:00 junho \09+02:00 2008

Oi

É, é, eu sei, não escrevo aqui faz um tempão, pode reclamar. Mas é que as coisas ficaram apertadas de verdade nas últimas 3 semanas. Estava meio sem tempo de respirar até.

Fiquei em Seewalchen am Attersee, Áustria, num projeto maluco. Ok, o projeto em si não é maluco, é uma boa idéia muito muito mal desenvolvida. Software leva tempo, tem gente que ainda não aprendeu isso. Simplesmente não dá pra pular umas etapas e continuar garantindo qualidade (talvez dê se é um projeto pequeno, mas aí é outra história). Qualquer gerente deveria saber disso, mas eu conheço 3, na mesma empresa, que sequer sonham com essa possibilidade. Isso se traduziu em jornadas de 10 horas de segunda a sábado, com direito a 5 horas no domingo, só pra não perder o costume, pra alcançar um prazo impossível. Quer falar com o gerente? Se tiver sorte, por telefone ou MSN, ele está ocupado vendendo um produto que não tem. Depois de me darem um computador com vírus, ter que aguentar gerentes sarcásticos, eu só estava rezando pra voltar. Meu chefe me trouxe de volta pra Praga ontem, 08/06, pra um descanso. Volto pra Seewalchen no próximo fim de semana pra mais duas semanas de ‘tortura’ (o único cara que manja tudo de tudo da empresa vai tirar uns dois meses de férias… e eu vou ser a única pessoa técnica lá). Isso se não cancelarem o contrato antes.

Claro que não me arrependo de ter ido pra lá: valeu por conhecer um novo país (mais rico!), ter experiências diferentes das que terei aqui em Praga, economizar dinheiro (eu não paguei nada heheh), fazer um turismozinho e aperfeiçoar a arte dos ‘se vira nos 30’. Mas eu poderia pular a parte de fazer longos turnos de segunda a sábado sob pressão de gerentes estressados e estar numa cidade em que os 5 mil habitantes mal falam inglês.

A coisa boa: fui pra Viena num fim de semana (antes de começar a maratona). Cheguei de trem no sábado, 24/05, de manhã e voltei domingo a noite. Muito massa a viagem (finalmente fotos no PicasaWeb), valeu muito a pena. Andei muito, voltei detonado, mas mesmo assim valeu a pena. Tentei comentar as fotos pra não ter que escrever muito aqui. A cidade tem outro nível, você sente que está no primeiro mundo. E, como viajei de trem, deu pra ver que o interior do país é muito bonito também (pelo menos na primavera heheh). Ah, acho que os vienenses ficaram construindo estátuas durante o último milênio, e daí construíam igrejas pra colocar as estátuas dentro. Tem muito disso na cidade, até cansei uma hora. Um detalhe: Viena foi a primeira cidade da Europa onde eu fiquei só de camiseta. Fez um sol bom, apesar de ter chovido algumas vezes.

A idéia é ter um fim de semana livre e ir pra Salzburg, cidade do Mozart (vou tentar fazer o CouchSurfing funcionar, quando fui pra Viena não deu certo). Ou ir pra Munique, Alemanha, é duas horas de Seewalchen. Talvez não dê pra ir pra Salzburg porque vai ter uns jogos da EuroCopa lá e o país inteiro está meio maluco por isso. A Áustria perdeu pra Croácia, 1 a 0, dei muita risada (só estão nesta edição por serem país-sede junto com a Suíça). República Tcheca 1 a 0 na Suíça na estréia.

Uma coisa que eu reparei é que europeu é doido por montanha. Todo mundo falava algo do tipo: aqui na Áustria tem umas montanhas muito boas. Daí eu pensava: e o kiko? Vou fazer o que numa montanha, seu mané? É, isso é de cultura mesmo…

Agora tenho que aproveitar os dias em Praga, checar se minha carteira de motorista vale na Europa e me preparar pra viajar de novo.

Até mais!